Apesar de eu estar afastada vivencialmente e mentalmente de tudo que tem um contexto religioso, sonhei hoje com o Arcanjo Miguel. E não me perguntem como eu sei que era ele, no sonho ele nem se apresentou, rs, mas eu sabia que era, simplesmente sabia, no sonho sempre é assim..
No início do sonho, eu estava em um local que seria realizada uma reunião religiosa bem diferente de todas que eu já vi. Havia uma espécie de balcão dividindo o lugar que se realizaria a cerimônia, de um lado haviam vários bancos onde ficariam os dirigentes, do outro cinco cadeiras, onde ficariam sentados os participantes intermedíários, os iniciados naquela religião digamos assim, e este lugar onde ficavam as cinco cadeiras era fechado com uma mureta baixa de madeira. Tudo era de madeira, o balcão, o cercado, as cadeiras, de uma madeira escura, que apesar de parecer antiga estava com um aspecto muito bonito. Havia uma assistência também. Aquele lugar me incomodava um pouco. Só havia eu sentada, em uma das cinco cadeiras, algumas pessoas andando prá lá e prá cá, como se estivessem arrumando o local. O lugar aonde eu estava sentada me lembrava um tribunal, apesar de não ser um. Eu estava na hora certa, a reunião é que não começava, estava atrasada e parecia que o restante das pessoas não estavam nem aí com compromisso, era o que vinha na minha mente enquanto eu aguardava. Com a demora, me deu uma súbita vontade de ir ao banheiro urinar e sai da cadeira, procurando um banheiro. Não achava e começei a me preocupar em não estar no meu lugar quando fosse iniciada a cerimônia, culto ou sei lá o que exatamente era. Ia me afastando do lugar a medida que procurava por um banheiro. A urgência era de urinar, maior do que a de estar presente naquela cadeira, mas a minha mente estava voltada a contar o tempo, se seria suficiente para eu achar um banheiro e voltar a ocupar meu lugar. E nesta procura eu acabei saindo do lugar que eu estava, e do lado de fora havia uma espécie de shoping a céu aberto, com muitas lojas; eu procurava por um banheiro e não achava, como o local era grande demais, acabei me perdendo e não sabia nem mais que direção tinha tomado, se tornava impossível eu voltar ao lugar de onde saí. Finalmente achei o bendito banheiro, kkkk. Depois caminhei por umas ruas mais estreitas, caminhei, caminhei, estava entardecendo, e acabei dando em uma clareira imensa. Eu estava em uma colina, encima de uma enorme elevação de onde eu via uma belíssima paisagem. Havia uma escada de madeira larga que descia pela encosta daquele elevado. Eu sentava no primeiro degrau da escada e ficava contemplando o lugar. E ele surgia suspenso no ar. Parecia uma visão de tão lindo. Usava esta espécie de armadura da foto que colei aí encima para ilustrar, a foto de baixo...
A armadura era marrom e parecia ser de um couro muito duro, com este saiote, exatamente assim. Tinha asas, mas não tinha capa e muito menos usava espada. Acho que ele não veio preparado para luta e o que me pareceu é que ele estava em um momento de recreação. Era moreno, de um tom leve e uniforme, com os cabelos bem compridos e aloirados, olhos claros, rosto fino, aí a foto de cima já o ilustra melhor. Eu ficava muito feliz e surpresa com a visão dele. Pedia a ele que me levasse para voar. Ele respondia que não era exatamente assim que funcionava, com estas exatas palavras, que não era eu que ia voar com ele e sim ele que ia voar comigo. Que as outras pessoas não podiam vê-lo e quem ia voar era somente eu, mas que ele estaria presente de uma forma sútil e que eu poderia sentir. Aí ele descia com os pés na terra e fazia uma espécie de relicário de madeira, de um formato muito delicado, pequeno, com duas mini portas que se abriam na frente e uma pequena gavetinha abaixo, e me dava. Não sei se eu não fui curiosa o bastante para abrir a gavetinha ou se não houve tempo, mas as portinhas eu abri e dentro havia um outro relicário que se assemelhava a um terço, com uma fotinho na ponta e várias contas cristalinas, muito bonito e reluzente, de um material que parecia translúcido. Era como se este relicário reluzente fosse o próprio Arcanjo. E eu começava a voar....com esta caixinha nas mãos. Primeiro sem controle, depois me acostumando com o vôo, voando muito alto, depois baixando e voando em local aberto, até que entrava em um lugar fechado, todo branco, com corredores amplos, depois os corredores iam estreitando e adquiriam portas destas de vai vem, e era muito engraçado pois ele falava na minha mente a direção exata do que me parecia um labirinto, as vezes logo após as portas haviam curvas e eu via suspenso no ar uma plaquinha luminosa que me avisava a direção que eu deveria seguir e eu mantinha o impulso do vôo, sabendo exatamente a direção certa antecipadamente. Até que acordei com o despertador e não pude saber o que havia no final daquele caminho singular.
A mensagem do sonho foi muito clara para mim, apesar de não ser psicóloga nem interpretadora das melhores, mas foi tudo cercado de muita obviedade para que eu não visse de imediato o simbolismo do sonho.
A cerimônia e o local religioso, foi algo que realmente existiu na minha vida, uma época de apego religioso, em que eu me envolvi em uma determinada religião.
A vontade maior de urinar que surgia como urgência, foi quando algo dentro de mim que eu não entedia bem o que era na época, sinalizava minha necessidade de afastamento de tudo aquilo, o que acaba acontecendo literalmente no sonho. Eu achava estar "perdida" por não encontrar o caminho de volta, mas na verdade foi algo necessário. E este caminhar até chegar ao lugar amplo, foi minha caminhada interna até me descobrir melhor, que era o que eu fazia no sonho quando comtemplava a paisagem, estava em um reencontro comigo mesma. Então surge Miguel como uma visão, e deixa nas palavras algo evidenciando que eu não vou com ele, ele que vem comigo. Exatamente a visão que eu tenho hoje do que seriam as buscas religiosas, um caminho que conduz a nada. Rótulos que os homens usam e manipulam sabiamente para adquirir adeptos seja lá de que segmento fôr. E o vôo seria a consciência da liberdade, que é um estado de espírito que corresponde ao meu atual. Miguel seria o meu "anjo interno" que eu consegui visualizar sem olhar para fora nem seguir religião alguma, somente olhando e buscando dentro de mim as minhas verdades.
Até a sensação de um tribunal, que era como eu via o local religioso, fazia alusão a um estado quase que imperceptível do ser humano de estar sempre julgando o outro segundo seus conceitos, tentando a seu grosso modo ter um certo e errado já imposto pela sociedade e também uma visão de que o crer em algo é estar vinculado a alguma religião que exemplifique e ilustre esta crença.
Ao abrir a portinha do relicário, foi como abrir a porta da minha mente e vislumbrar uma consciência que já existia mas que eu ainda não havia explorado.
E vários inuméros outros simbolismos que estão no sonho.
Mas eu sou bem o que o final do sonho demonstrou, alguém que finalmente está livre para voar e que encontrou um ponto de equilibrio sem julgar nada nem ninguém e aplicando esta regra primeiramente a mim mesma.
Até que eu me sai bem como analista onírica...rs
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